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Keila Vieira construiu sua trajetória entre a arte, o fotojornalismo e a documentação fotográfica urbana. Com formação em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco e especialização imersiva em processos criativos pela Escola Livre de Imagem, desenvolveu um olhar sensível e detalhado para as transformações das cidades e seus territórios.
Iniciou na fotografia em 2014, quando foi convidada pelo diretor Moacir Chaves para registrar a montagem de Rei Lear, de Shakespeare, sob produção de Paula de Renor. No mesmo período, seu envolvimento com o coletivo Direitos Urbanos – que possui representação no Conselho da Cidade do Recife – marcou definitivamente sua escolha pela fotografia como ferramenta de registro e análise das transformações urbanas. Desde então, consolidou-se como uma observadora atenta das cidades, sua arquitetura e dinâmicas sociais.
Em 2017, teve sua primeira exposição selecionada para o Pequeno Encontro da Fotografia, em Olinda, com a instalação De Olhos Vendados Vemos Melhor. Nos anos seguintes, participou de projetos de relevância, como a exposição coletiva Resistência Vaga-Lume (2019), apresentada no Museu Murillo La Greca, e Cartas a Clarice (2020), trabalho autoral premiado pela Fundação Joaquim Nabuco e incluído nas homenagens ao centenário da escritora Clarice Lispector.
Seu trabalho também se destacou no cenário artístico nacional. Em 2022, sua obra A Mochila do Fim-do-Mundo, fruto do processo criativo durante a pandemia, foi exposta na Imagem Brasil Galeria, em Fortaleza. No ano seguinte, esteve em Brasília para cobrir a posse presidencial, convite que a levou ao Festival de Fotografia de Tiradentes, no Foto em Pauta.
Entre seus trabalhos mais recentes, em 2024, recebeu o convite do cineasta Kleber Mendonça Filho para registrar parte das filmagens de O Agente Secreto, um dos projetos mais aguardados do diretor. Também integrou, como fotógrafa convidada pela produtora Emilie Lesclaux (CinemaScópio), o making of da 15ª edição do Janela Internacional de Cinema do Recife. Ainda em 2024, participou do ciclo de debates Arquitetura em Foto, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em parceria com a CONAFARQ e a Fundação Joaquim Nabuco. Na mesa Tempo, Acervo e Memória, teve a oportunidade de apresentar sua trajetória e consolidar seu domínio sobre o tema por meio de suas imagens, reafirmando seu olhar sobre as transformações urbanas.
Seu trabalho autoral e sua interpretação visual das cidades renderam o reconhecimento no 13º Prêmio Pernambuco de Fotografia, onde foi premiada com a obra Buíque Encantada. Paralelamente, segue explorando novas formas de circulação de sua produção com o projeto Pernambucane, uma itinerância que conecta a fotografia à arte urbana em feiras e espaços culturais da cidade.
Na publicidade, atua como diretora de marketing e social media na LM Mídia Exterior, empresa conceituada no mercado de OOH, reconhecida pela inovação e estratégia na comunicação em espaços urbanos.
Com um olhar sempre afetivo e voltado para a memória e a identidade das cidades, Keila Vieira segue contando suas melhores histórias sobre Recife — “a maior cidade pequena do mundo”, como melhor define Roger de Renor, uma de nossas maiores referências culturais.
“Estas coisas que escrevo, se alguma vez as li antes, estarei agora imitando-as, mas não é de propósito que o faço. Se nunca as li, estou-as inventando, e se pelo contrário li, então é porque as aprendera e tenho o direito de me servir delas como se minhas fossem e inventadas agora mesmo”
(Saramago - 1977)
